Coimbra tem mais encanto na hora
da despedida, canta o fadista em minha janela. Já começaram as primeiras
partidas, os amigos que se vão e outros que por cá ficam. Entre arrumar as
malas e a vontade de voltar para casa, fica a tristeza e um abraço de até logo.
Até agora tudo parece suspenso no ar, pra ser sincero, não tenho feito contagem
regressiva, nem tenho tanta pressa, não quero sentir este gosto amargo preso na
garganta, não quero o encanto final da cidade – quero que tudo permaneça em
minha memória como sempre foi. Talvez esse seja meu último texto nas terras lusitanas
deste intercâmbio, e não é que neste momento eu tenha me tornado nostálgico e
me olhe há 2 anos atrás, quando aqui eu cheguei. O que por aqui passei marcou a
minha vida de uma forma que eu não consigo explicar, e fica guardado em um
lugar que eu terei acesso sempre que eu fechar meus olhos e sentir o cheiro de
livro velho, da cerveja na calçada… Coimbra é na minha vida um período, não um
local – daquelas coisas que não tem volta, é quase que uma infância, e fica só
o cheiro e gosto na memória (que só a gente entende).
Deveria ser até mais melancólico
e sentimental, porque, das últimas vezes, minhas lágrimas tem saído em forma de
palavras, mas eu não quero essa chorumela porque também já é hora de dizer
adeus. Eu sei muito fácil me dar com mudanças, até com as minhas, por isso também
devo muito estes anos aqui, e toda a mudança que eu tive.
No mais, não vou ser longo;
Tchau, Coimbra, lembra-te de mim. Fica aqui o
meu eterno carinho para todos aqueles que fizeram esta cidade ser tão especial.
Lembro-me de ti.
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