sábado, 22 de janeiro de 2011

Pequenas análises do presente e futuro.

Estou um pouco indisposto a entrar nos sites virtuais de relacionamento, além de estar muito ocupado, estou me privando um pouco - mesmo que isso me afaste um pouco dos amigos distantes, o que torna mais difícil... mas parece que perco um grande tempo sem aproveitar algumas coisas daqui. Tenho 4 livros para ler e alguns projectos para o verão, tudo isto pretendo finalizar antes do retorno às aulas. E de qualquer modo, mesmo sem aulas, as pesquisas e trabalhos académicos obrigatórios continuam.
Há pouco, fiz um trabalho das peças teatrais de Chico Buarque, Calabar e Roda-Viva. Estava muito interessante, mergulhei profundamente nas obras, e grandes pesquisas dos anos da ditadura militar no Brasil. Eu sempre quis ter este espaço interdisciplinar, e desde o Brasil sempre fui bastante interessado pela linguagem teatral - mas estava preso as linguagens plásticas. E aqui eu tive uma grande liberdade em todos os tipos de linguagens artísticas.
Durante o semestre, lemos algumas peças dos últimos 200 anos do teatro português. Contudo, o professor abriu uma excepção aos alunos brasileiros para terem seu foco de pesquisa no teatro brasileiro. Optei pela as duas de Chico e uma obra de um dramaturgo português chamado Manuel António Pina - que entrei em contacto durante o semestre por esta disciplina. Os textos de Pina são principalmente constituído por literatura infanto-juvenil.
Deste modo, a escolha pela obra de António Pina foi mais providencial do que instantânea. Sendo então graduando em uma licenciatura na área das artes, me senti devidamente interessado por uma linguagem artística voltada para um público em formação educacional, as crianças e os adolescentes. De modo que os levantamentos filosóficos propostos pelas obras de António Pina parecem traduzir uma característica do teatro, desde os gregos, de educar.
A proposta de formação internacional de professores tem me feito pensar bastante em questões da educação na escola brasileira. A própria viagem, o contacto com outros sistemas de avaliações, conteúdos... me faz partir para pequenas comparações aos métodos brasileiros, de modo enriquecedor, pois agora tenho contacto com diferentes sistemas de educação, que quando unidas podem torna-se completas, através do acerto de uma, pode-se consertar a outra . A velha história do "quem está fora do jogo, ver melhor", contudo, continua jogando em outra mesa - a análise e a vivência .
Acho que é a primeira vez que falo sobre o projecto de licenciaturas e minhas expectativas, estou muito feliz e pretendo absorver o máximo. Para o próximo semestre seleccionei algumas matérias de psicologia e educação, não vai ser um contacto tão novo para mim, pois apesar de vir de um curso de bacharelado, venho de uma família de professores, de educadores. E já tive algumas experiências em salas de aulas no Brasil, até mesmo com trabalhos voluntários.
A maior dificuldade é partir para o início de minha monografia, fui surpreendido com esta ideia de "educação", e procuro um modo de vincular minhas antigas ideias para as novas necessidades. Mas acho que este bloqueio da monografia é algo comum...
Talvez com as matérias deste semestre eu siga alguma direcção concreta...

domingo, 2 de janeiro de 2011

Barrados na Guernica

O bom do domingo é que os museus são gratuitos.
Os dois dias, então, que não tivemos acesso aos museus foram importantes para ver os outros pontos da cidade, de modo que os museus abririam em um dia gratuito. E já havíamos perdido um dia inteiro no Museo del Prado, e 8€ - sendo que poderíamos ter entrado gratuitamente, já que somos estudantes, mas só ficamos sabendo quando compramos os ticketes e dentro já do museu a mulher deu um mapa e mais informações sobre o Prado. Enfim...
A próxima paragem era o famoso Reina Sofia, um dos mais importantes museus da arte moderna, destacando do seu acervo obras originais de nomes como Picasso, Man Ray, Dali, Miró... e lá que se encontra a famosa Guernica - era um dos nossos principais destinos, já que descobrimos no Prado que para ver um museu por inteiro é necessário longas horas, dias... um tanto cansativo.
Começamos com uma visita ao pátio, e logo depois seguimos ao andar que abrigava o acervo do museu. Além do grande acervo, havia algumas exposições temporárias. Fomos logo recebidos por Picasso e por Dali em uma fase inicial que eu não conhecia. Entre outros nomes, a famosa instalação do norte americano Man Ray - onde gastamos uns 15 minutos observando e viajando no "olho que piscava" agarrado aos ponteiros metronomo gigante. Logo uma sala que exibia Un Chien Andalou, de Salvador Dali e Luis Buñel.
Seguindo o corredor que dava pra ver o pátio, um salão que abrigava obras de Dali e do início do surrealismo... Mas um tempo enquanto ia revelando milhões de figuras nos quadros, "vira a cabeça", "Consegue ver uma mulher ali" "Ohhh, é uma mulher que é um chapéu que é uma torneira em uma casa velha com a mesma mulher... Q"...
E seguimos as placas até chegar ao salão da Guernica... algumas obras de Picasso antes e... E UMA MULHER DO MUSEU FOI EDUCADAMENTE BARRANDO NOSSA ENTRADA, era como dito, domingo, e o museu fechava as 3 horas. Resisti um pouco, até ver, mesmo de um pouco longe, a Guernica, com suas cores originais... (pesquisei no google "Guernica" e só na primeira página havia 3 reproduções da Guernica, todas com cores diferentes)... e então deixei o museu.
Ainda havia tempo para qualquer outro programa não listado, pensamos em visitar de novo o Prado, quando lembrei do Museo Thyssen-Bornemisza, que também fica no Paseo del Prado.
Havia anteriormente passado lá, mas havia achado muito caro os tickets, e pra cada exposição era necessário comprar um (mesmo aos domingos!). Adquirimos o bilhete para "Jardins Impressionista", onde havia quadros de Monet, Manet e de Van Gogh. Van Gogh me impressionou mais que Monet. Sua tela era linda, ora parecia cola colorida infantil. Não era uma tela, era uma quase escultura. Respirei alguns momentos bem próximo da tinta, e o deixei.
Seguimos para o acervo do museu, entrando pela sala errada, de modo que fizemos uma regressão na história das artes. Primeiramente contacto com a arte contemporânea até os anos da idade média. Mas no meio disso tudo, de 3 gigantescos andares dedicados ao acervo, ficamos demasiadamente cansados - tanto fisicamente como psicologicamente, foram milhões de artes em um só dia... abandonamos o museu rapidamente.
Destaque para o primeiro andar: Picasso, Dali, Mondrian, Kandinsky... algumas obras do pop art, além de algumas telas de ídolos meus, como Lautrec e Lucian Freud, que eu descobri nas aulas de História das Artes (aqui no plural, assim como deveria ser na EBAUFBA que tem uma disciplina chamada História da Arte), e fiquei realmente apaixonado pelo trabalho.
No segundo andar e no terceiro, havia obras do romantismo, impressionismo, realismo, rococó, barroco, renascimento... e de outros momentos da história antes do século XX. Nomes não recordo assim, eram MUITOS, mas destacam-se as obras de Durer, Fran Hals, Tintoretto, Van Eyck...

Dia inesquecível. Parece que visitar museus da sempre a ideia de TUDO JÁ FOI DITO.


No Hotel com Victor, decifrando algumas obras. (risos)

Fachada do Museu

No Pátio do Reina Sofia

Miró. Mirror. Não lembro se este quadro era assim ou na horizontal :~

Entendendo Picasso. Momento de reflexões.

Um Dali que (quase) ninguém conhece

Isso é Dali mesmo? (Espaço pra comentários pequenos e leigos)

E É DALI???

É Dali de verdade! xD

Un Chien Andalou, do Dali e Buñel

Man Ray!

Dalii! Depois de uns 5 minutos reparei no "gafanhoto".

Dali, vencendo todos os limites...
Picasso! Logo depois seria a Guernica... :´(



A fachada do Museu Thyssen-Bornemisza - única foto tirada, antes de entregar nossos pertences na recepção.

sábado, 1 de janeiro de 2011

1/1/11

Mas um dia em que tudo permanecia fechado, agora da ressaca das uvas de ontem...
Primeiro dia do ano, mas uma vez museus fechados...
Outras pesquisas de algum património público em Madrid que estivesse aberto, e seguimos em destino à um passeio tradicional de final de semana, Parque del Retiro...
Foi um dia curto, acordamos tarde, partimos para um breve passeio pelo imenso jardim, passando por alguns palácios e "botamos" os papos em dia. Aos poucos Coimbra ia aparecendo na conversa como nossa casa, nosso lar... quantas saudades, até que a conversa ia chegando à análise da data cabalística do dia, um um um um...
Era hora de voltar...

devo o nome, mas fica em frente à uma das entradas do parque.


Comprei um óculos vermelho, a Europa é muito cinza.



-Eli, tem um cavalo em sua cabeça.
-Sério?

Palácio de Velázquez, lindo.




Uma instalação contemporânea em um antigo palácio de vidro da praça, encontrava-se fechado. :~

Escureceu




Ainda catalogamos duas coisas para a lista das "Coisas Universais", que eu disse que Eli tá fazendo...

Pirataria x)


Lixo em locais públicos (Lê-se: Falta de educação)

2011

«Um homem muito pobre sonhara que descobria um tesouro e ficara muito rico; acordando, arrumara sua trouxa, saíra em busca do tesouro; andara o mundo inteiro e continuava sem achar o tesouro; cansado, voltara para sua pobre, pobre casinha, e como não tinha o que comer, começara a plantar no seu pobre quintal; tanto plantara, tanto colhera, tanto começara a vender que terminara ficando muito rico.» Em Desastres de Sofia do Livro Felicidade Clandestina (1971)


Eu desejo para 2011 agilidade e sensibilidade de captar todos os momentos, com total clareza como um impressionista consegue com o pincel somado aos conceitos cubista, de modo que não tenha que sair buscando meu tesouro no mundo inteiro e só depois descobrir que ele estava em meu quintal. Pois se algo que descobri hoje foi que o que realmente importa é estar do lado de quem a gente gosta.
Abdicar de momentos tão familiares assim foi algo difícil, e espero que tenha sido válido. Mesmo para perceber onde realmente encontra-se o nosso tesouro.

Entre grandes factores, foi o reveillon mais diferente de minha vida, o ritual de passagem de ano em Madrid é curioso; todos na Puerta del Sol esperando os ponteiros cruzarem no 12, e nas doze badaladas seguintes, uma uva e um pedido na boca. E não há fogos de artifício. Passaram-se vinte minutos do primeiro ano, e ainda esperávamos os fogos... (Mas não foram o barulho dos fogos que faltaram, o que faltou foi um abraço familiar, quente... Lembrou minha mãe, ao telefone).
Espero que 2011 passe rápido, mas que eu aproveite cada minuto de forma satisfatória.

!Feliz año nuevo!








obs: No canal do youtube de Sheltom há alguns vídeos que traduzem este momento, segue o link... Estamos todos no mesmo barco ;)
http://www.youtube.com/user/tamppah