Domingo retrasado foi meu aniversário, sim, e também domingo de Páscoa e fim do recesso da semana santa.
Neste dia, mais uma vez, fui vendo tudo que conquistei aqui (e nesses meus 22 anos «risada do Roberto Carlos»), e, mesmo que esse papo seja coisa de bêbado ou piegas demais, vejo que o maior de tudo são os amigos.
Acabo de abrir aqui no computador uma pasta onde digito os textos pro blog, tem alguns documentos em aberto, incompletos, desde a ceia do Natal, o ano novo, a viagem pra Barcelona, o quanto estou admirado pela arte espanhola, minha ida ao Brasil, o cheiro de meu lar, meu retorno, as aulas desse semestre, a viagem pra Compostela, as noites…
E pra não fugir a regra, me desculpo mais uma vez por minha falta aqui – não de escrever, mas de presença. Por mais que seja complicado em explicar, as vezes Coimbra parece um universo paralelo. Pouco tenho visitado aqui ou me comunicado com os amigos via Web, é que aqui tudo é meio diferente pra mim. De dia sou aluno e cozinheiro, a noite dono de casa e faxineiro, pela madrugada as vezes estudante em véspera de prova, as vezes bêbado com os amigos, e essas coisas que fazemos pra manter nossas vidas.
Eu não sei o que me impulsiona a escrever, nem quero uma resposta – muitos escritores tentaram e já deram ótimas razões, de fato só escrevo aqui como uma forma de compartilhar com quem tá longe. Sobre aquela história que eu disse aqui, de não escrever pra ter assunto inédito ou distorcido, acaba sendo um pouco inválido. Quando converso com os amigos, sempre falo só do que tenho aqui, do que escrevi, de forma que minha escrita é pura memória.
Quando retornei do Brasil (sim, eu fui ao Brasil – saudades de casa), meados de Fevereiro, assisti um filme em que um planeta vai se chocar com a Terra. Ainda não tenho uma metáfora melhor para os poucos meses que faltam aqui em Coimbra. O mês de Agosto é esse planetinha que já já vai se chocar aqui.
Sei que nada vai explodir, e que daqui levo muita coisa,
mas até lá, apareço aqui outras vezes.
bJuca.
