quinta-feira, 23 de agosto de 2012

odisseia


Quando uma viagem acaba?
Quando desfazemos as malas e tudo parece encontrar seu local?
Meu corpo ainda parece respeitar uma vida de Coimbra, às vezes deito, fecho meus olhos, e escuto o som da Cabra a cada 15 minutos.
Acho que é a preocupação de todo viajante em voltar pra casa e tudo parecer diferente, mas o perigo é que tudo permanece igual, e o ambiente não reconhece sua mudança. Eu ganhei um ar de estrangeiro (muito mais psicológico do que estético) quando voltei, mas acontece uma cena legal em Salvador; estrangeiro ou não, a cidade sabe mostrar seu encanto. Talvez eu não esteja tendo problemas quanto à readaptação porque a Bahia é muito receptiva, e, deste modo, com olhar estrangeiro, a cidade ainda parece ser mais bela.
Tenho encontrado alguns amigos e familiares e parece que estes dois anos foram um final de semana em que passei dormindo na cama, e levantei na segunda, só um pouco mais diferente, meio bagunçado, Frankenstein. Cada abraço quente desse povo acolhedor é o que me diz que aqui é meu lugar. Enfim, estou em casa.
Esta semana voltei à Cruz das Almas, a cidade permanece a mesma coisa – talvez um pouco menor, coitada, às vezes acho que Cruz diminue. Enquanto minhas aulas não retornam, vou passar um tempinho aqui, na calmaria, rever os amigos, cuidar da casa... Trouxe umas canetas, tintas, papéis... Vou tentar colocar em prática os anos de Coimbra. Vai ser um tempo bom, acho que preciso.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Missão: Coimbra

Missão: Coimbra - Estado: Completa

Este território agora também pertence as terras imaginárias de D. Manoel VIII

domingo, 5 de agosto de 2012

antes de partir



Coimbra tem mais encanto na hora da despedida, canta o fadista em minha janela. Já começaram as primeiras partidas, os amigos que se vão e outros que por cá ficam. Entre arrumar as malas e a vontade de voltar para casa, fica a tristeza e um abraço de até logo. Até agora tudo parece suspenso no ar, pra ser sincero, não tenho feito contagem regressiva, nem tenho tanta pressa, não quero sentir este gosto amargo preso na garganta, não quero o encanto final da cidade – quero que tudo permaneça em minha memória como sempre foi. Talvez esse seja meu último texto nas terras lusitanas deste intercâmbio, e não é que neste momento eu tenha me tornado nostálgico e me olhe há 2 anos atrás, quando aqui eu cheguei. O que por aqui passei marcou a minha vida de uma forma que eu não consigo explicar, e fica guardado em um lugar que eu terei acesso sempre que eu fechar meus olhos e sentir o cheiro de livro velho, da cerveja na calçada… Coimbra é na minha vida um período, não um local – daquelas coisas que não tem volta, é quase que uma infância, e fica só o cheiro e gosto na memória (que só a gente entende).
Deveria ser até mais melancólico e sentimental, porque, das últimas vezes, minhas lágrimas tem saído em forma de palavras, mas eu não quero essa chorumela porque também já é hora de dizer adeus. Eu sei muito fácil me dar com mudanças, até com as minhas, por isso também devo muito estes anos aqui, e toda a mudança que eu tive.
No mais, não vou ser longo; Tchau, Coimbra, lembra-te de mim. Fica aqui o meu eterno carinho para todos aqueles que fizeram esta cidade ser tão especial. Lembro-me de ti.