A cidade acorda coberta por uma neblina quase sólida. As casas se tornam invisíveis. Por volta das nove da manhã o sol parece realmente despertar e invadir as ladeiras da cidadezinha dividida pelo rio. E aos poucos, a neblina vai abrindo-se, como uma cortina de teatro, dando espaço ao espectáculo do quotidiano coimbriense, no topo do morro, o Olimpo: Universidade de Coimbra, o espaço dos deuses da sabedoria, que com toda grandeza e imponência parece esmagar a ignorância da pequena cidade.
As árvores sincronizadamente balançam, os pombos dividem a pequena calçada com as pessoas e carros antigos, todos sabem o seu papel.
Se eu fosse pintar Coimbra, sem dúvida seria da mais pura aguarela.
Tudo aqui cheira a Monet e Lautrec, como toda a Europa.
Aqui é uma grande tela impressionista. As mulheres com seus vestidos, os rapazes com cigarros, os cães com coleiras vermelhas andando livremente…
Pela noite, o frio das ruas é cortado pelo jazz. O Grande Baile Livre dos Semi-Mascarados das Ruas de Coimbra.
Eles bebem um liquido cor de xixi, devido ao frio. Eu me rendo ao vinho barato e gelado português, que é tradicional aqui, e por sinal é de minha tradição também.
Por volta das 21 horas a noite chega, sem por do sol, apenas o crepúsculo, depois o escurecer.
A neblina começa a tomar o lugar das pessoas nas ruas, como fantasmas.
As cortinas se fecham.
Aplausos.
uma peça teatral de Monet.
2 comentários:
Sinto falta dazoropa. Sinto falta do sol das 10 da noite. Já tá se preparando pro frio?! Inverno owns.
Bjo Juk's tudibom.
Assim como "Cookie", eu aceito lhe dividir com Coimbra, pela importância profissional e pessoal do intercâmbio, e, pelas tuas palavras, pelo desfrute do conhecimento, não somente conhecimento do curso, mas também o conhecer o mundo.
Abraço apertado, amigo gordo, Doca.
P.S - Resista ao sotaque.
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