sexta-feira, 29 de junho de 2012

jours étoilés sur la France


nuit étoilée sur le rhône


As coisas aqui acontecem em um outro plano, onde parece não haver tempo, quando tenho uma memória ela está perdida, só a tenho no espaço. Quando não escrevo cada coisa aqui, há uma sucessão de fatos, como um grande avalanche, e fica difícil de lembrá-los e retirar assim, em uma linha. Por isso hoje vou escrever de quase tudo que houve neste período, e posto brevemente.
Pra começar, viajei por três cidades no sul da França com uma amiga – bom, na verdade o destindo certo era Arles. Marseille e Carcassonne eram apenas um ponto de chegada e partida para alcançar a pequena cidade onde Van Gogh viveu na maison jaune, mas fiquei mesmo encantado com todos os 3 destinos.
Marseille com seu porto, coisa de pequena cidade grande, movimento e estrangeiros pela rua – me senti meu perdido de inicio, Coimbra me re-acostumou com essa vida pacata. Aproveitamos uma das manhãs para ir na praia, sempre fico encantado com essa cor do mar mediterrâneo, mas sua água gelada logo me afasta. O comboio pra Arles partia pela noite, era o primeiro dia do verão, e o sol mantinha-se firme atrasando um bocado seu inicio.
Chegamos em Arles um pouco depois das 23h, as ruas da cidadezinha ainda estavam movimentada com festejos pro inicio da estação. Descemos na estação em direção ao hotel, e ali estávamos passando em uma das mais famosas pinturas do Van Gogh, da frente do hotel, a antiga entrada da cidade romana e lá atrás o fantasma da casa amarela.
Me perguntaram se eu só fui a Arles por causa do Van Gogh, não sou adepto desses fanatismos ou perseguições, mas acho que não conheceria a cidade se não conhecesse toda a história da casa amarela, então a resposta é <também>. Pra ser sincero, metade de minhas viagens são movidas por essas histórias, por páginas de livros, pinturas e filmes, algumas cidades pra mim ficam perdidas de significado pelo simples turismo – por exemplo, quando fui à Paris, mas fiquei encantado com a Pont-Neuf, de um filme muito bom que havia assistido, do que aquele arco cheio de história política.
Mas se engana quem acha que aquele grandioso número de turistas na pequena cidade é só movido pelo Le Café la nuit. A cidade preserva algumas construções do império Romano, um anfiteatro, uma arena (também pintada pelo Van Gogh lol)… Foi a primeira vez que visitei um anfiteatro romano (ainda não fui à Itália ;(), é tão bom quando nossos estudos fazem sentido e saem da abstração.
Eu disse uma vez que não sei ser turista, de fato não sei, mas tenho espírito de andarilho ou pesquisador, não sei. Acordamos cedinho para aproveitar a cidade, e antes das 3h já tinha conhecido toda a cidade, e como dizem que mente vazia é moradia do diabo, tempo livre também… Convidei Rafa (desculpa, Rafa!) pra ir até a Pont de langlois – hoje nas placas como Pont du Van Gogh, e andamos sob um sol de 30º por volta de 1h até lá. Foi válido, ainda bem que encontramos uma simpática francesa que ofereceu carona de volta até o centro da vila.
Do outro lado da ponte, vimos a noite cair sobre Arles, junto as estrelas do Van Gogh que apareciam como mágica. Passamos a noite nos bares, pela manhã, o primeiro comboio nos levaria à Carcassonne.
Carcassonne inicialmente seria mais bonita se não estivesse tão cansado, fizemos plano de dormir logo pela manhã no hostel, pra descansar, e no final da tarde sair. O check in só era feito as 3h da tarde, isso significa que a confortável grama em frente a cidade medieval logo tornou-se uma boa cama. Acordamos com a euforia de um grupo de franceses, cantando e conversando, enquanto faziam um piquenique. Nossa presença perdida ali, logo chamou a atenção de alguns, que ofereceram seus lanches pra gente. É tão engraçado falar que é brasileiro, todos logo têm uma história ou uma visão romântica do Brasil, e logo parecem que também se transformam em brasileiros, sendo hospitaleiros e gentis. Brasil onipresentemente.

m e d i t e r r a n e o



Fiquei triste quando, poucos dias antes da viagem, soube que la maison jaune havia sido destruído na Segunda Guerra. Hoje da pintura de Van Gogh, só resta aquele prédio de 3 andares ao fundo, o túnel... e a pintura, claro :D



Carcassonne


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